Entre os dias 05 de novembro e 10 de dezembro, Minas Gerais foi palco de importantes discussões voltadas ao fortalecimento de cadeias produtivas essenciais para o estado. Organizados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA-MG), em parceria com instituições como a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), os eventos abordaram os setores de queijo artesanal, cachaça de alambique, palmeira macaúba, apicultura e meliponicultura.
Os workshops foram desenhados para promover um diálogo entre os diferentes atores das cadeias produtivas, abordando, entre outros temas, as dificuldades identificadas por meio de entrevistas realizadas por professores e estagiários da UFV. O foco foi encontrar estratégias para aumentar a competitividade, a qualidade e a sustentabilidade de produtos essenciais para Minas Gerais, reconhecidos por sua importância cultural, econômica e ambiental, como o queijo artesanal, a cachaça de alambique, a palmeira macaúba e o mel produzido por abelhas apícolas e nativas sem ferrão.
Embora o estado seja líder na produção de cachaça artesanal e amplamente reconhecido pela qualidade de seus queijos, ambos os setores enfrentam obstáculos, como regulamentações complexas que dificultam o acesso ao mercado, altos impostos que impactam a competitividade da cachaça e limitações técnicas que restringem o avanço das cadeias produtivas. No caso da macaúba, desafios como a falta de normatização legal e a concorrência de outras fontes de energia sustentável limitam o desenvolvimento pleno de seu potencial como matéria-prima para biocombustíveis e serviços ambientais. Já a apicultura e meliponicultura enfrentam gargalos produtivos e a necessidade de políticas públicas que ampliem o suporte técnico e mercadológico aos produtores, consolidando Minas Gerais como referência nacional nesses setores.
Nos dias 05 e 06 de novembro, a sede da EPAMIG, em Belo Horizonte, recebeu workshops sobre queijo e cachaça. Nos debates sobre a cachaça, os participantes destacaram a necessidade de uma simplificação tributária, a promoção de marcas regionais e o fortalecimento de estratégias de marketing para aumentar a presença da bebida no mercado interno e externo. Especialistas da EPAMIG também apresentaram pesquisas sobre inovações no processo de envelhecimento da cachaça, visando agregar valor ao produto.
Já as discussões sobre o queijo enfatizaram a importância de revisar normas regulatórias e de criar mecanismos para ampliar o acesso dos produtores a mercados internacionais. Além disso, foi ressaltada a urgência em fornecer mais apoio técnico, capacitando os pequenos produtores a adotar boas práticas de fabricação e a desenvolver pesquisas que aumentem a durabilidade do queijo sem comprometer sua qualidade.
No dia 26 de novembro, o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Unimontes, em Montes Claros, sediou o workshop sobre a palmeira macaúba. O evento destacou o potencial da planta para serviços ambientais e produção de biocombustíveis, mas também apontou desafios como a falta de normatização legal e a concorrência com outras fontes de energia sustentável.
Já em 10 de dezembro, Formiga foi o centro das atenções com o Workshop da Cadeia Produtiva Agroindustrial da Apicultura e Meliponicultura. O evento, organizado pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e pela Emater-MG, atraiu 118 participantes de 23 municípios. Um diagnóstico detalhado do setor, elaborado em convênio entre a SEAPA-MG e a UFV, foi apresentado, abordando gargalos produtivos e estratégias de fortalecimento. Formiga, que se destaca como o segundo maior produtor de mel do estado, reforçou sua posição como referência na apicultura e meliponicultura.
Ao final, um conjunto de propostas foi elaborado para ser encaminhado aos órgãos responsáveis, com o intuito de promover mudanças que beneficiem os dois setores. Os workshops ressaltaram a importância da colaboração entre governo, academia e setor produtivo e representaram um marco no fortalecimento do agronegócio mineiro, abrindo novas oportunidades para o crescimento sustentável e a valorização dos produtos locais.
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